segunda-feira, 4 de abril de 2011

NÓS SOMOS OS GAVIÕES

Os primeiros uniformizados e organizados do Sport Club Corinthians Paulista chegaram às Arquibancadas deste mundão quando os Gaviões sequer sonhavam em existir.
Era a molecada na Ponte Grande, com as camisas com o círculo bordado, ou um pedaço redondo de pano costurado sobre o pano da camisa.
Depois, na Torcida Corinthiana, chegou o charuto como um símbolo.
José da Costa Martins, um dos primeiros veteranos na Torcida do Clube do Povo ainda jovem - estamos aqui na década de vinte... -, mas já Grande e Altaneiro, foi quem levou charutos no bolso, em uma tarde, para o jogo.
Daí o Coringão marcou o gol, e ele acendeu um charuto.
E ofereceu os outros para quem estava ao lado. Só que o pessoal deixava apagar.
O Coringão marcou mais um; o pessoal acendeu todos os charutos, comemorando. E deixaram apagar de novo. No final, todos acenderam para comemorar a vitória...
Neste dia nascia uma mania entre os Corinthianos, um hábito festeiro a mais. Que logo se espalhou pelo estádio todo, e se transformou em Símbolo da Torcida, o charuto. Era tempo de Neco, Amílcar, Peres, Grané, Del Debbio...

Martins contou certa feita, já velhinho, um ancião do Corinthianismo: "Era um jogo importante, no tempo do amadorismo. Neco não estava escalado. Estranhamos, os tocedores reclamaram. Fomos perguntar o que estava acontecendo. Sabe o que era? Neco estava atrasado com o pagamento das mensalidades - três meses! Não ia jogar porque não estava com os recibos em dia. Não tivemos dúvida: cada torcedor enfiou a mão no bolso, fizemos um rateio, pagamos a dívida e ainda sobrou algum. Neco recebeu a camisa e jogou tudo o que sabia. Já imaginou uma coisa dessas?"

Como se vê, os Gaviões da Fiel já existiam desde a década de vinte.
Apenas não eram os Gaviões da Fiel, de Flavio La Selva e Joca, com as bandeiras, os instrumentos, os rojões.
Que tiveram a influência do veteraníssimo nadador do Corinthians, da época dos cochos e do rio borbulhante de saúde. Era o Tantã, Francisco Piciochi, calabrês sempre bem alinhado. Na década de sessenta já ia de muletas ao Pacaembu. Foi um dos que quebraram a Sede da rua José Bonifácio em 1933... E tiveram a grande influência Corinthianista de Elisa, a Mãe Preta da Fiel...
Influência também de todos os que estiveram e estão sempre presentes, a Família Corinthiana...
Junto de nós, sempre, os fantasmas da Ponte Grande e do velho Alfredo Schürig, Família; e isso todo Gavião tem que ter em mente.

Nós, os Gaviões, somos o que podemos chamar de milícia, uniformizada, independente, e desarmada. Nossa arma é nossa voz.
Tentam nos tirar tudo; faixa, bandeira, instrumentos. Continuamos ali.
Pois ali também estão estes fantasmas, estes Anjos da Guarda.
Nos jardins do Corinthians existem monumentos.
Um a Manuel Nunes, o Corinthians encarnado. E outro à Fiel Torcida. Razão de ser do Sport Club Corinthians Paulista. E todo Corinthiano, por mais que torça o nariz, entende a importância que os Gaviões têm na Arquibancada.
Os Gaviões têm seu ninho em qualquer Arquibancada do mundo.
Lealdade, Humildade e Procedimento são valores que ninguém consegue desvirtuar. Às vezes até se ausentam, às vezes até se pode esquecer. Mas eles continuam firmes e fortes em nossos Corações.
Pois o CORINTHIANS é a razão de ser de tudo isso.
40 ANOS
de Corinthianismo


A vida institucional dos Gaviões da Fiel lembra, e muito, a infância do Clube, que este blogue tenta resgatar.
Do dia 1º de julho de 1969 até meados de 1972, a Sede mudou da rua Frederico Steidel para a Sete de Abril, depois rua Aurora, em um período de graves ameaças.
Os Gaviões nasceram pra poder reivindicar os direitos da Fiel que paga ingresso sem parar...
Regalias, dinheiro, teto, tudo o que poderia roubar a independência da Torcida, foi recusado, e seguiu sendo.
Em 72, finalmente, a rua Santa Ifigênia. Uma Sede com horário de funcionamento. Um espaço para reuniões. Os Gaviões cresceram enquanto Torcida.
Em 1975, aprofundando os laços de amizades, criou-se o Bloco Carnavalesco. Campeões em 76, 77, 78, 79...
Veio a Escola de Samba. O Jornal O Gavião. E os Gaviões voltam o Corinthians ao Bom Retiro, bem perto de onde durante todo o mês maio de 1910, numa praia do rio, se pôde ver o rastro do Cometa riscando o céu...

São quarenta anos de Corinthianismo...
Completos hoje, em um dia de LUTA!
Um dia de GUERRA, como gostamos, Família!
PARABÉNS, GAVIÕES!!!
VAI CORINTHIANS!!!


Que os Antigos Gaviões nos guiem sempre
SARAVÁ SÃO JORGE
ASÈ

Post tirado do Blog ANARCORINTHIANS